Durante o Inverno, a salina sofre a acção das chuvas e dos ventos, estes arrastam terra e outros materiais que se depositam ou se encontram em suspensão nas suas águas. Os muros são alvo da erosão causada pelas marés e racham. Ainda devido à acção da água, as comportas de madeira tendem a apodrecer.
Como nesta altura as águas da salina têm uma salinidade baixa crescem ervas e moliço nos diferentes compartimentos, nos muros e canais. Também as eiras se sujam e desnivelam. No início da Primavera (entre Fevereiro e Abril), assim que as chuvas partem, inicia-se a safra e esta só termina quando as chuvas regressam.
Todo o processo da safra pode ser dividido em três fases:
Os trabalhos preparatórios visam preparar a salina para a produção de sal. São o conjunto de trabalhos de limpeza e reconstrução da marinha assim como a cura dos solos.
A limpeza e reconstrução da marinha engloba por sua vez, vários trabalhos, como os de:
O período da cura dos solos, que se desenrola em geral nos meses de Maio e Junho, implica a execução das seguintes tarefas:
A produção de sal consiste num conjunto de trabalhos de cristalização, por evaporações sucessivas, até à colheita do sal. Decorre desde finais de Junho até Setembro/Outubro desde que as condições atmosféricas o permitam. Engloba a realização das seguintes tarefas:
A fase de remoção e conservação do sal é o termo da safra.
Dela fazem parte os seguintes trabalhos:
O preço, tal como tradicionalmente é feito pelo armazenista local, que com uma vara mede a roda do monte e após prévia apreciação e da quantidade do sal, faz o preço.
O contrato de compra e venda é celebrado oralmente, entre o Marnoto e o armazenista. O transporte fica a cargo do armazenista, que o distribui.