Todos somos capazes de distinguir a água de um rio (longe da foz) da água do mar. O mesmo é dizer que sabemos distinguir o que se chama “água doce” da “água salgada”. A diferença encontra-se na carga salina destes dois tipos de águas, uma vez que ambos têm substâncias minerais dissolvidas.
Nem todos os mares e oceanos têm a mesma quantidade de sais dissolvidos.
Não contando com alguns corpos de água muito salinos, como o Mar Morto e o Grande Lago Salgado, que não são mais do que grandes lagos sem saída para os sais que os alimentam, as águas mais salgadas encontram-se no Mar Vermelho e no Golfo Pérsico.
(Foto: "Lugar ao Sal - Fábrica Ciência Viva)
Estes e outros mares interiores localizados em zonas quentes do globo, como o Mar Mediterrâneo, sujeitos a forte evaporação devido às condições climáticas, são mais salgados que os oceanos com que comunicam.
As águas oceânicas menos salgadas são as das regiões polares, devido ao influxo de água doce a que estão sujeitas, proveniente da fusão do gelo ou das chuvas abundantes e à baixa evaporação das regiões frias. Outros mares encravados nos continentes, como o Mar Báltico e o Mar Negro, têm salinidade baixa devido ou à fraca evaporação ou ao grande volume de águas de rios que recebem.
A todo o instante, em todo o mundo, os rios correm para os oceanos, transportando a sua carga de sais minerais, resultantes do contacto com rochas e solos. Mas se os rios correm para o mar, porque não “enchem” os oceanos? A água da superfície dos mares evapora por acção do sol e dos ventos e pode ser transportada na forma de nuvens até longas distâncias.
Quando a água evapora os sais minerais permanecem no oceano. Quando chove ou neva, a água volta aos oceanos ou é depositada sobre a terra para recomeçar o seu circuito, num ciclo sem fim, bem estabelecido há milhões de anos.
Os rios e o contacto da água com o fundo submarino não são os únicos a contribuir para os sais dissolvidos nos mares. Existem ainda outras fontes que alimentam os oceanos, como as fendas hidrotermais dos fundos oceânicos e vulcões submarinos. Encontramo-las, por exemplo, junto dos Açores, onde são assunto de aturada investigação científica. As águas de rios e de mares têm desigual composição química.
Os sais dissolvidos nas águas dissociam-se, formando iões. Nas águas doces predominam os iões cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e hidrogenocarbonato (HCO3–, também conhecido pelo nome vulgar de bicarbonato). Na água do mar há não só uma maior concentração de iões, como prevalecem os iões cloreto (Cl–) e sódio (Na+). Outros iões presentes na água do mar em quantidades apreciáveis são o sulfato (SO42–), brometo (Br–) e potássio (K+), para além dos já citados cálcio e magnésio. Muitos outros existem em quantidades vestigiais.
Os iões que permanecem na água do mar dependem das reacções químicas que têm lugar. Muitos são removidos por meio de deposição de minerais nos sedimentos do fundo ou por outros mecanismos. Mas se os mares estão a receber continuamente substâncias dissolvidas nas águas dos rios ou de origem submarina, será que vão ficar progressivamente mais salgados? Muitos pensam que não. De facto, aceita-se que o conteúdo médio de sais na água do mar não se alterou há centenas de milhões de anos.
(Foto: "Lugar ao Sal - Fábrica Ciência Viva)
E isto porque, à medida que novos sais são transportados para os oceanos, ocorre a formação de minerais que se depositam no fundo, resultado das reacções entre os iões levados até ao mar, da acção biológica dos organismos marinhos e da evaporação. Nesta perspectiva, pode-se considerar os oceanos como um gigantesco meio reaccional, onde em contínuo entra e sai matéria e têm lugar os mais variados processos químicos. Mas para que tudo se mantenha, a acção humana não pode alterar o estado estacionário estabelecido.
O sal (cloreto de sódio - NaCl) faz parte da alimentação da população de todo o mundo e desde que sejam consumidas as quantidades certas exerce função importante para a saúde.
Acredita-se que o sal começou a ser extraído por povoações costeiras na idade do bronze, apesar de se admitir que o seu uso data de tempos mais antigos. Por ser um produto escasso era inclusivamente usado como moeda de troca por algumas civilizações (exemplo; palavra salarium)
Existem diferentes tipos de sal, desde o sal rosa dos Himalaias, passando pelo sal negro de origem vulcânica ou sal vermelho isto de acordo com a origem e componentes geológicas do terreno.
O Sal pode também ser tipificado como sal marinho, sal de mina ou sal mineral (industrial e conhecido como sal de mesa).
No entanto, a extração salícola divide-se essencialmente em duas categorias: a forma tradicional – uso de salinas – e a forma industrial. Esta última baseia-se em cristalizar os sais dissolvidos na água do mar através de evaporadores industriais. No entanto, a exploração mineira também desempenha um papel importante na produção de sal, pois este encontra-se sob a forma de halite ou sal-gema debaixo da superfície terrestre.
O sal tradicional é superior ao sal industrial em muitos aspetos, tais como o sabor e os nutrientes contidos, o que se torna positivo para Portugal, um grande produtor de sal tradicional. Distingue-se pelo seu sabor, cor, humidade e pelo seu elevado conteúdo de minerais como magnésio, cálcio e potássio. Nas marinhas de Aveiro, o sal é recolhido manualmente, sem recurso a quaisquer máquinas ou combustíveis fósseis.
Ver vantagens do Sal Tradicional.
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